Gênios eternos

Graças a bons filmes, livros e outras espécies de registro pode-se reconstituir a vida e parte da maneira de pensar de grandes gênios da Humanidade.

Acima de tudo percebe-se que seus pensamentos evoluíram, mudaram, ganharam forma durante a vida deles, ou seja, sob algumas disciplinas mentais formaram convicções ou dúvidas que os notabilizaram.

A tecnologia em torno do processamento de dados evolui sem parar, se nada mais fosse inventado, levaríamos milênios para esgotar o potencial do que já existe, simplesmente aprimorando programas de processamento, bancos de dados, organizando e descobrindo lógicas. Podemos fazer muito com o conhecimento de domínio industrial.

A Matemática e a Lógica são artes que alguns cérebros possuem de forma aprimorada.

Grandes inteligências são grandes telescópios, permitem-nos ver detalhes incríveis do Universo. Sem telescópios podemos ver o céu, olhar o conjunto e fazer conjecturas fantásticas.

Reunindo tudo, do míope ao ultra sensível, poderemos produzir modelos matemáticos fantásticos, talvez recriando os grandes gênios e, fazendo-os “pensar” ao longo de séculos, continuamente, somando conhecimentos, ... até entrarem no terceiro milênio, deduzindo, evoluindo, inferindo, testando idéias.

Os filmes de gênios da humanidade, de Sócrates, Santo Agostinho, Giordano Bruno... até os mais recentes contam sinteticamente a evolução do pensamento dessas pessoas no cenário em que viviam, ou seja, podemos, de alguma maneira, entender seus algoritmos, perceber as limitações da época e imaginar o que diriam se continuassem vivos, sempre acrescentando conhecimentos e raciocinando sem os problemas da idade, da perda de capacidade de raciocínio etc.

Isso é possível, já podermos recriar cérebros matematicamente, produzir softwares, alimentá-los com dados conhecidos, pelo menos parcialmente, de quem tiver registros suficientes, principalmente se foram lógicos, sistemáticos, organizados. O desafio será identificar esses padrões de raciocínio e organizá-los em formatos computacionais.

Obviamente é impossível modelar indivíduos que se posicionaram sem sustentação material e intelectual. Esses ficam na conta de divinos ou diabólicos. Quando muito teríamos uma coleção de hipóteses em função (ou disfunção) de revelações e inspirações que criaríamos aleatoriamente ou com base em documentos antigos.

De qualquer forma seria algo extremamente gratificante sabermos algo mais de nossos grandes mestres que em vida demonstraram capacidade de pensar objetivamente, sob critérios, prioridades, hipóteses e demonstrações de teoremas que podemos refazer.

Melhor ainda, as premissas eram aquelas possíveis nos tempos em que viveram, com certeza evoluiriam, possivelmente mudariam, teriam capacidade de negar teses superadas e colocar outras, afinal eram pessoas honestas e inteligentes. Tão honestas e sérias que sofreram, foram torturadas, enfrentaram multidões de gente convicta do que dizia e um número significativo dessas personalidades morreram sob martírio.

Podemos criar personalidades similares, cibernéticas. Esses avatares modernos ainda poderão nos ajudar muito...

O desafio é esse, custa muito tempo, dinheiro, competência, mas seria fantástico testar o que sabemos desses gênios da humanidade em modelos matemáticos instalados em computadores acessíveis a todos que possam entendê-los.



Cascaes

18.7.2010

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